A acelerada digitalização vem mudando a realidade dos CFOs constantemente. Veja o que a PwC traz como tendência para esses profissionais em 2023.
O mundo está em constante transformação e a volatilidade é certa. As mudanças, se mostrando cada vez mais aceleradas, impactam diversas frentes, sobretudo, as econômicas.
Os CFOs, quando atentos às movimentações do mercado, executam uma análise mais assertiva dos cenários possíveis, prevendo tendências, melhorando o desempenho operacional e, é claro, criando negócios mais estratégicos.
6 tópicos que estão pautando a agenda dos CFOs em 2023
Sabendo dessa necessidade, a PwC lançou o estudo sobre os temas que estão no radar dos CFOs em 2023 (título original What’s important to CFOs in 2023”) e reuniu os principais assuntos que devem conduzir a agenda dos líderes financeiros neste ano.
De incertezas econômicas à digitalização e confiança, separamos os destaques da pesquisa:
1. Construção de modelos preditivos e capacidades para a análise de cenários
Uma das pautas mais discutidas no Fórum Econômico Mundial, realizado no mês de janeiro, foi a expectativa de recessão econômica. Isso revela um ambiente de muitas incertezas, gerado principalmente por questões como a pandemia da COVID-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Segundo a PwC, é essencial que os CFOs estejam prontos para navegar nesse cenário de incertezas, que incluem, além da recessão iminente, questões como inflação, inquietações geopolíticas e vulnerabilidades no ambiente digital. Inclusive, outra pesquisa realizada pela empresa em agosto de 2022 revelou que 47% dos líderes financeiros afirmam que sua maior prioridade é construir modelos preditivos e capacidades para a análise de cenários – que se mostra extremamente importante diante de tantos fatores que afetam o mercado.
Algumas maneiras de driblar as incertezas econômicas envolvem um planejamento mais ágil e baseado em dados, além de uma parceria entre as funções corporativas para garantir que a empresa esteja sempre preparada para responder a novas regulamentações e mudanças nas leis.
2. Instabilidade econômica não é sinônimo de estagnação
A instabilidade econômica não precisa ser sinônimo de estagnação ou, até mesmo, de recessão dentro das empresas. Na verdade, 68% dos CFOs estão confiantes de que podem alcançar seus objetivos de crescimento a curto prazo, mesmo em meio às incertezas do mercado – segundo dados da PwC Pulse Survey, realizada em novembro de 2022.
Para que o crescimento seja uma possibilidade, a curto, médio e longo prazo, a tomada de decisão precisa ser ágil e estratégica, com profundo planejamento para cada cenário e um posicionamento mais seletivo quando se fala de gastos, afinal, a margem de erro é muito menor.
Nesse quesito, a PwC vê as M&A (fusões e aquisições) como opções para incentivar o crescimento. Porém, nessa jornada, os CFOs precisarão ponderar a cadeia de suprimentos e os principais riscos nos modelos de avaliação.
3. Estabelecimento de processos e controles que consideram os pilares Ambiental, Social e Governança
Cerca de 40% dos líderes financeiros estão estabelecendo políticas, procedimentos e controles para coleta de dados climáticos em suas corporações. Isso mostra a preocupação com o ESG (Environmental, Social and Governance) – conceito que reúne um conjunto de boas práticas que definem se uma empresa é socialmente consciente, sustentável e bem gerenciada, ou, de acordo com a sigla, adota altos padrões ambientais, sociais e de governança.
Aqui, os CFOs são peças-chave para determinar os sistemas e processos que devem ser estabelecidos, os dados que precisam ser coletados e analisados e os stakeholders que devem ser envolvidos para ajudar suas empresas a definirem e cumprirem seus objetivos de sustentabilidade.
4. Digitalização, análise de dados, inteligência artificial e automação como fatores de crescimento
A combinação de ferramentas inteligentes e processos eficientes, somado às habilidades certas, é o segredo para acelerar a transformação digital – fator essencial para se manter competitivo no cenário atual do mercado. Não é à toa que, segundo a PwC, 53% dos CFOs pretendem investir nessa aceleração com análise de dados, inteligência artificial, automação e soluções de cloud.
Digitalização, padronização e automação são imprescindíveis para que as empresas resolvam os problemas de seus consumidores de maneiras inovadoras e permanentes, e podem beneficiar a área de finanças e muitas outras.
Os CFOs precisam manter essas questões em mente, preparando a empresa para os custos relacionados aos ativos digitais e a capacitação de profissionais para o uso eficiente das novas tecnologias.
5. Retenção de talentos e upskilling
Falando no investimento em bons profissionais, este foi mais um fator destacado pela PwC em seu relatório. A atração e retenção de talentos é uma grande aliada diante uma economia volátil e os objetivos de crescimento, principalmente pela exigência de agilidade e assertividade na tomada de decisões.
Os CFOs precisarão de uma equipe preparada para lidar com a análise de dados e previsão de cenários, além de estarem aptos a trabalhar com as novas tecnologias.
Esse investimento pode se dar de duas formas: contratação de novos talentos ou treinamento e desenvolvimento de bons profissionais que já fazem parte da equipe financeira da empresa (também chamado de upskilling).
Mais da metade dos CFOs entrevistados pela Big Four (57%), afirmam que, para um crescimento saudável, a solução é fazer contratações para áreas específicas nos próximos 12 a 18 meses.
6. Governança como prioridade na gestão financeira das empresas
Por fim, a transparência e a responsabilidade fiscal aparecem como prioridade na gestão financeira das empresas, tornando a confiança uma importante moeda de negócios e influenciando a fidelização e as decisões de compra dos consumidores, assim como a retenção de bons funcionários.
Essa moeda não é importante apenas no relacionamento com o cliente, mas também com os stakeholders. A ideia é trabalhar para que haja um ambiente de segurança em todos os processos empresariais, combinando propósito e boas práticas nas áreas de contabilidade, dados, transparência e cibersegurança.
Segundo a PwC, quando se trata de transformar confiança em ação, os CFOs se encontram na interseção entre propósito e prática. Esforços de toda a empresa, agora são considerados dentro do domínio de responsabilidade em expansão dos líderes financeiros, enquanto áreas como segurança cibernética e privacidade de dados, precisam de financiamento para fornecer ações preventivas.
CFO do futuro: perspectivas se voltam para a transformação e resiliência
O cenário de incertezas não precisa ser visto como negativo, mas sim como um momento de possibilidades.
A pesquisa PwC Pulse, realizada com líderes financeiros, revelou que um terço desses profissionais já estão dedicando muito mais tempo a questões relacionadas à inflação do que dedicavam um ano atrás.
Isso significa que, para garantir uma condição saudável em meio à realidade atual, eles têm concentrado suas estratégias em conter a inflação, administrar os gastos e examinar de perto a destinação de capitais - o que mostra ainda um comportamento resiliente e voltado à transformação, não só para sobreviver em meio às mudanças, mas também para crescer com elas e dentro delas.
Em outras palavras, essa postura faz com que os CFOs se tornem os agentes principais de suas organizações, na construção do planejamento eficiente, na determinação de investimentos que tragam retorno e na formação de um ambiente de confiança que possibilite a evolução estratégica do negócio.
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