Desde a criação da primeira lei anticorrupção no Brasil (lei 12.846 de 2013), muitas empresas têm feito adequações nas suas práticas para evitar fraudes que possam prejudicar o seu funcionamento ou até mesmo causar perda de contratos e danos à sua imagem. Por lidar com o fluxo de caixa, uma das áreas que devem ser focadas na instauração de normas éticas para evitar atitudes fraudulentas é a tesouraria da empresa.
No final de 2019 a consultoria KPMG lançou a 4ª edição da pesquisa de maturidade do compliance no Brasil, que foca em como as empresas estão lidando com políticas éticas e de redução de riscos de fraudes. Foram entrevistados 300 especialistas em compliance, presidentes, e membros de conselhos de auditoria e de administração de 240 empresas com sede no Brasil, com receita de até R$ 90 milhões a mais de R$ 5 bilhões. Os dados apontam que, apesar de a maioria das empresas terem áreas estabelecidas (em 81% elas foram criadas há mais de um ano, e em apenas 3% ainda não possuem), muitos ainda ignoram o que eles próprios apontam como o maior risco: gerenciamento de terceiros e contratos (82% dos entrevistados escolheram esse como o maior risco, enquanto 57% disseram não ter treinado terceiros quanto as políticas da empresa).
Para o advogado e sócio da consultoria P&B Compliance, Bruno Ferrola, a maior dificuldade que a tesouraria pode encontrar na hora de adotar processos de compliance é criar a interação entre as duas áreas. “A tesouraria por si só já é um departamento regulado. Por isso, o compliance já tem um papel de ajudar esse setor a se organizar para poder atender e cumprir cada uma das normas. Como a tesouraria geralmente processa ou aprova os pagamentos para os fornecedores, é importante ter um processo antes para verificar se a cotação de preços foi feita corretamente, se aquele fornecedor não pode ser envolvido com lavagem de dinheiro”, explica o consultor.
Por ter contato com vários setores da empresa, a tesouraria precisa da colaboração de todos para poder seguir as regulações internas e externas. De acordo com Bruno, é preciso que ela tenha abertura e seja respeitada quando apontar algum erro ou pedir revisão de algum pagamento, por exemplo. “A falta de interação, de troca de experiências, principalmente entre departamentos internos e externos, é um erro que eu tenho visto com frequência. Mas é que de fato existem tantos processos a serem cumpridos, que isso acaba ficando em segundo plano. Então é sempre importante alinhar os processos de tesouraria aos governança da empresa e criar uma agenda entre parceiros internos e externos, para tomar decisão em conjunto e minimizar os erros”, afirma.
Auxiliando essa integração, sistemas de gestão convergindo diversas áreas da empresa são importantes para monitorar KPIs, análises da causa-raiz e tendências, mas, contemplar um sistema especializado para tesouraria adequado às normas de compliance é determinante para ajudar na prevenção e detecção de fraudes ou riscos à empresa antes de se tornarem um grande problema.
Para garantir o compliance de toda a empresa, é preciso que a equipe de tesouraria tenha foco em alguns problemas-chave que a área está sujeita. Bruno Ferola aponta que estar suscetível à lavagem de dinheiro e possíveis perdas financeiras são dois dos mais importantes. “A cultura de saber a quem estamos pagando precisa ser bastante forte na empresa para evitar nos envolver com fornecedores que podem trazer problemas e abalar a nossa imagem no mercado. Também é preciso ter um foco em risco financeiro: se toda a contratação foi feita da melhor maneira, se está dentro da política de pagamento da empresa, se todas as normas de aprovação do compliance estão sendo cumpridas”, aponta Ferola.
O consultor ainda explica que essa área da empresa é essencial para a aplicação do compliance devido ao contato que ela possui com os outros setores, e pode ajudar a sinalizar problemas no resto da empresa. “A tesouraria é um ótimo ponto de informações para melhorias dentro da empresa como um todo. Por exemplo, será que a gente está beneficiando um fornecedor em detrimento de outro? Será que não estamos perdendo dinheiro ou estamos muito dependentes dele?”, explica. Isso pode ajudar a evitar perdas em toda empresa, mas é necessário que essa interação não seja boicotada pelas partes envolvidas.
As políticas de governança nas empresas brasileiras ainda estão ganhando espaço. Na atuação contra fraudes especialmente, com a utilização de softwares especializados para tesouraria, o compliance garante a autenticidade dos procedimentos internos. As práticas e processos da tesouraria, aliados à tecnologia especializada para a sua gestão, promovem a segurança das informações, a eficiência dos recursos e, consequentemente, o crescimento da companhia.
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Fonte: Pesquisa de maturidade do compliance no Brasil