O valor de mercado de apenas quatro empresas, Apple, Alphabet, Amazon e Microsoft, agora ultrapassam US $ 3 trilhões. Seus ativos combinados de US $ 944 bilhões são de uma magnitude inferior aos ativos combinados de US $ 7,7 bilhões das 3.177 maiores empresas em 1986, quando a capitalização de mercado agregada atingiu US $ 3 trilhões pela primeira vez.
O que torna o valuation das empresas digitais mais desafiador?
Como as empresas digitais podem melhorar suas demonstrações financeiras, demonstrar seus ativos e fontes de geração de valor de seus negócios?
Os principais insights dessa discussão contradizem o pensamento financeiro tradicional, enquanto outras parecem altamente controversas ou pessimistas.
Supõe-se que o capital financeiro seja virtualmente ilimitado, enquanto certos tipos de capital humano são escassos
Os especialistas em negócio têm tradicionalmente considerado valor presente líquido (VPL) como ferramenta necessária para determinar em qual projeto investir. Esses critérios pressupõem uma oferta limitada de capital financeiro, e a alocação prudente deste recurso pode determinar o sucesso de uma empresa. As empresas digitais, no entanto, consideram que o tempo das equipes de Pesquisa & Desenvolvimento é o recurso mais valioso da empresa.
O risco agora é considerado um recurso, não um obstáculo
Modelos tradicionais de valuation consideram o risco uma característica indesejável. Empresas digitais, no entanto, buscam projetos arriscados que têm grande retorno financeiro. Uma ideia com perspectivas incertas, mas com pelo menos alguma chance concebível de alcançar um bilhão de dólares em receita, é considerada muito mais valiosa do que um projeto com valor líquido de poucas centenas de milhões de dólares.
É improvável que a noção do que o risco representa tenha mudado substancialmente, no entanto, muitos investidores parecem ter concluído que as empresas mais bem-sucedidas, com dezenas de bilhões de dólares de valor de mercado, nunca poderiam ter justificado seu valuation no início de suas operações com base no fluxo de caixa descontado. Assim, os investidores e, consequentemente, os administradores, podem estar ajustando sua percepção de risco para uma forma mais coerente.
Os investidores estão prestando mais atenção às ideias e opcionalidades do que aos ganhos
Entusiastas são orientados a valorizar uma empresa com base nos fluxos de caixa futuros ou em seus lucros. Esse conceito está se tornando quase impossível de aplicar a empresas emergentes, que são geridas como um portfólio de ideias e projetos. Os CFOs dessas empresas admitem que não podem justificar suas capitalizações de mercado com base em métricas tradicionais, e pressupõe que seus valores de mercado podem ser a soma dos valores das opcionalidades dos projetos realizados, o que seria uma soma dos melhores resultados possíveis, ou ainda, seu valuation deveria ser considerado em uma base por ideia em vez de um múltiplo por lucro.
Em teoria, a avaliação das ideias (ou) das opcionalidades deve ser capaz de lidar com esse problema de valorizar as empresas com recompensas semelhantes a uma aposta. Na prática, ainda precisamos ver um modelo que possa justificar, por exemplo, a capitalização de mercado da Amazon. É possível que empresas como essas sejam supervalorizadas, mas também é possível que simplesmente não saibamos como estimar os parâmetros certos para fazer um trabalho de valuation.
À medida que a tecnologia digital se torna mais difundida, mais empresas apresentarão esse tipo de desafio, e menos valor é percebido em divulgar todos os detalhes de seus projetos em suas divulgações financeiras, mesmo que estas possam reduzir a assimetria de informações entre investidores e gerentes.
Os analistas dependem cada vez mais de métricas não-contábeis
À medida que as empresas se tornam cada vez mais difíceis de avaliar, os analistas realizam vários ajustes para recriar as finanças das empresas em suas avaliações internas. Por exemplo, eles capitalizam uma parte dos gastos em Pesquisa & Desenvolvimento que podem aumentar a capacidade competitiva futura da empresa e deduzir uma parte dos investimentos de capital que apenas mantêm a capacidade competitiva das empresas.
Chegou a hora de órgãos reguladores e as empresas repensarem o modelo de demonstrações financeiras. Seja por lucros, receita, métricas relacionadas aos projetos em andamento, dados sobre P&D ou valor por cliente. No entanto, é improvável esperar a divulgação voluntária de informações desta conjuntura por parte das companhias, a menos que uma exigência regulamentadora exigisse de todas elas as mesmas informações.
Referência: HBR
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