Em tempos de Coronavírus, o melhor paralelo da história, considerando número de países atingidos, de infectados e de mortes, seria a gripe espanhola.
Um grande erro seria considerar o combate à essa pandemia como um exemplo a ser seguido, mesmo por que foi um fracasso mundial. Fato corroborado pelo número de fatalidades (de 17 a 50 milhões). Além do que o mundo de 1918 é muito diferente do mundo de 2020.
Diferentes nas dimensões econômicas, políticas, de medicina e tecnologia, sem considerar toda a evolução do mundo nesses 100 anos, o mundo saía da primeira grande guerra. Traumatizado. Para o bem e para o mal, a grande guerra acabou por minimizar (psicologicamente falando) os efeitos da pandemia. O grande número de mortos acabou se somando e se misturando aos mortos da guerra e, no imaginário popular, todos morreram na guerra, como vítimas de uma arma biológica.
Em 2020, o mundo vive o auge da civilização humana. A pobreza, a fome nunca foram tão poucas em relação ao total da população. As doenças endêmicas também foram muito reduzidas. É verdade que elas continuam dizimando números expressivos de pessoas, mas esses estados estão hoje limitados, principalmente, a países pobres na África, América Latina e Ásia.
Talvez por um detalhe a atual pandemia tenha criado tanta atenção. Ela ataca também os países ricos. Na verdade, os países ricos, com comércio internacional mais ativo, foram mais rapidamente atacados. Como não existe ainda vacina ou remédio para o Covid-19, os países ricos não conseguiram controlar a pandemia, e sentiram duramente os seus efeitos. Muito provavelmente, se atacasse somente os países pobres, teria um impacto bem menor, tanto na economia mundial, como na própria cobertura jornalística. Pela cobertura jornalística, hoje, a pandemia parece praticamente não existir nos países pobres. O que por si, uma situação muito peculiar.
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Estamos também numa época de relativa paz. Após a queda do muro de Berlim, o fim da guerra fria, e a derrota do comunismo, muitos dos pontos de tensão acabaram. A América Latina, que foi tumultuada nos anos 70/80 pelas guerrilhas comunistas e por ditaduras militares anticomunistas, viu seu contexto mudar para um continente relativamente pacífico. Sobrando dessas sombras, a luta contra o narcotráfico, que foi militarmente formado nas décadas de luta política e, agora, formam exércitos de luta Comercial (porque traficantes lutam entre sí por mercados, rotas e territórios) e Policial (porque lutam contra as forças policiais nacionais e contra os órgãos policiais internacionais (interpol, DEA – é americano mas atua em todo o mundo em colaboração com as polícias nacionais).
As guerras mudaram do eixo político para o eixo político-religioso. As guerras no oriente médio se intensificaram com a radicalização de grupos do islã. Que além de pregarem uma guerra santa contra os cristãos, também pregam uma guerra santa contra outros ramos do próprio Islã (xiitas contra sunitas e outras agremiações).
Mesmo com a situação mundial permanente de ausência de paz (sempre existe uma guerra em algum lugar do mundo, ou um conflito militar – que, mesmo não sendo considerado uma guerra de direito, é uma guerra de fato), com o fim da Guerra Fria, o risco de um conflito de envergadura mundial, está próxima de zero. A Rússia continua uma potência militar/nuclear mas com influência política regional e econômica reduzida.
A China ocupa cada vez mais uma posição de importância maior no mundo. Tanto política, militar e principalmente econômica. Mas os interesses econômicos são predominantes na China. A China quer paz, comércio e dinheiro.
Uma das diferenças entre 1918 e 2020, são as instituições internacionais. Principalmente sobre o guarda-chuva das Nações Unidas, o número de instituições internacionais se expandiu enormemente em quantidade e áreas de atuação. Visto por muitos como uma plataforma (ameaça ou conspiração, dependendo da visão política) globalista. O fato é que essas instituições se tornaram um território disputado pelos estados nacionais, para aumentar sua influência, defender seus interesses ou apenas indicar cargos para amigos ou correligionários.
De uma certa maneira, a burocracia estatal nacional migrou ou se expandiu para uma burocracia estatal internacional. Criando uma segunda geração ou camada dessa burocracia. Como todo órgão público é criado com um propósito “nobre”, e a realidade de tornar-se um criador de dificuldade para eventualmente gerar alguma facilidade ou, no melhor dos casos, um amortecedor de ações, onde o imobilismo é a palavra-chave. O caso mais óbvio é a própria ONU.
Dizem alguns críticos que ela funciona muito bem em tempos de paz, mas é péssima em tempos de guerra. Muito provavelmente isso não é correto, já que sempre temos uma guerra (ou conflito) no mundo. Seria mais preciso dizer que a ONU não funciona no quesito de manter a paz. É mais um clube onde as grandes potências desfilam e dão lindos discursos, e os pequenos bajulam os grandes e tentam parecer maiores do que são. Um concurso de popularidade, onde todos sabem quem são os populares.
Outra instituição que ganhou muita popularidade nesses tempos de pandemia, foi a OMS. Um outro ótimo exemplo de como essas instituições internacionais, além de não funcionarem com a eficiência esperado, parecem mais joguetes no jogo político internacional do que instituições técnicas internacionais focadas e preocupadas em resolver os problemas para que foram criadas.
A disputa entre os EUA e a China mostrou mais uma das suas facetas na OMS. Onde a OMS era o joão-bobo das duas grandes potências. Hora levando um soco dos EUA, ora sendo afagada pela China. Nessa guerra de narrativas a OMS, representada um território “conquistado” pela China e bombardeado pelos EUA, numa estratégia de terra arrasada.
Paralelo a essa disputa, a OMS mostrou a que veio, e fracassou. A OMS não conseguiu mapear, mensurar a ameaça no devido tempo, nem reunir os países e criar uma estratégia de contenção que fosse consistente. Consistência foi um dos fatores que faltou para a OMS, por incompetência da sua equipe, ou pelo jogo de influências.
Não devemos esquecer a influência da mídia e a vaidade pessoal. Os membros da OMS parece ter se sentido tão importantes e gostaram tanto da atenção da mídia, que toda semana aparecia um fato novo, uma recomendação nova, um alerta novo, independente se o alerta geraria mais medo, pânico ou confusão do que ações preventivas.
Esquecendo por um momento a atuação da OMS, a resposta dos estados/governos à pandemia do Coronavírus foi diferente (como não podia deixar de ser).
A pandemia começou na Ásia, mais especificamente na China. A abordagem da China para responder a pandemia foi o lockdown. Num regime totalitário, um lockdown tem grandes chances de funcionar. As pessoas sabem que devem obedecer, sem questionar.
Se a ordem é ficar em casa, todos ficam em casa, ou podem receber um bom período de “reeducação”. Com esse duro, firme e longo lockdown, a pandemia foi contida.
Além da China, podemos avaliar outros 2 casos: Cingapura e Coreia do Sul. Apesar de algumas diferenças entre os dois países, a estratégia básica é bem parecida.
– Testagem em massa.
– Rastreamento de infectados
– Isolamento dos infectados/suspeitos de infectados
– Restrição da entrada de pessoas no país.
E o resultado dessa estratégia foi também muito positiva e conteve a pandemia.
Existe também o caso do Japão. Que também parece estar mais próximo desses dois casos, mas com menos ênfase, talvez por questões culturais, e que conseguiu também ser um sucesso na contenção da pandemia.
Quando a pandemia foi ‘apresentada” ao resto do mundo, os países europeus falharam no “timing” da resposta à pandemia, o que causou que a única resposta viável fosse o lockdown. Estranhamente a mídia e a OMS colocou o lockdown como única estratégia viável, negando a existência dos cases Cingapura/Coréia do Sul/Japão.
Avaliando a Europa, vemos alguns casos interessantes, como o Reino Unido, que começou um tanto que menosprezando o risco, pois faltou a preocupação com a testagem/rastreamento/restrição de entradas. Essa política do Reino Unido foi conhecida como “negacionismo”.
Com a passagem do tempo e a disseminação do vírus, o governo do Reino Unido teve que reconhecer a gravidade da situação, mas como os outros países (Itália, e Espanha), naquele momento, a única opção viável era o lockdown.
Na Escandinávia, temos o bloco da Dinamarca/Noruega/Finlândia que optaram por um modelo de quarentena e a Suécia que optou por uma abordagem que diríamos ser de “disseminação controlada”, apostando que a população seria contaminada, numa velocidade que o sistema saúde aguentaria, proporcionando uma imunização “de rebanho”. Os especialistas calculam é necessário 70% da população contaminada para alcançar esse estado. O que, com as taxas de mortalidade, cobraria um alto valor em vidas humanas.
Os especialistas podem estar errados nessa premissa. Como essa abordagem está na lista negra da mídia, as expectativas são muito pioradas. Se compararmos a Suécia com Itália/Espanha, o exemplo será um sucesso. Se compararmos com os outros países da Escandinávia, em relação a perda de vidas, não será o mais bem sucedido. Se compararmos em relação ao impacto econômico, será um pouco mais bem sucedido. Talvez a questão será respondida num futuro próximo.
Se houver mais ondas, os outros países escandinavos podem ter seus números de mortalidades aproximados ao da Suécia, que, por sua vez, tem menos chance se sofrer com novas ondas (imunidade de rebanho). Existe ainda a variável da vacina, que pode inibir novas ondas. Quando a vacina surgir, podemos fazer a avaliação final não só do “case” escandinavo, como de todos os outros.
Nos EUA, no início, o presidente Trump ficou alinhado com o Primeiro-ministro Boris, do Reino Unido, num certo “negacionismo”. Talvez esse “negacionismo” tenha sido uma resposta mal formulada a engajamento da OMS e da mídia ao modelo chinês de lockdown como única resposta ao coronavírus. De qualquer maneira, o presidente teve que mudar discurso, devido aos ataques incessantes da imprensa (uma constante) e da piora dos números da pandemia nos EUA.
Analisando a pandemia em si, ela se comporta como uma entidade viva, e migra pelos Estados, indo dos mais atacados para aqueles onde ainda não existia. Pelas dimensões continentais dos EUA, a pandemia deve durar mais do que em qualquer outro país. Os governos estaduais reagiram de forma diferentemente, tanto no combate a pandemia como na relacionamento com o governo federal. Esse relacionamento é definido pela linha partidária do governador. Se democrata, a linha é de confronto, se republicano a linha é de conformidade. Essas linha, hoje, estão quase que definindo o rigor e a duração das restrições ao convívio social que, no seu extremo, se torna um lockdown.
No Brasil, o presidente Bolsonaro, começou seguindo uma linha de tentar evitar o lockdown, postura que foi categorizada pela imprensa também como “negacionista”. Com um ministro da saúde que seguia a linha da OMS, muitas entrevistas e poucas ações reais.
O cheque-mate no governo federal foi dado pelo STF que decidiu que as ações de controle da pandemia cabiam aos governos estaduais/municipais. Numa aula de insegurança jurídica, e desgovernança, o STF tirou o poder do governo federal de controlar a pandemia. Não decidiu realmente se era o governo estadual, ou o municipal que deveriam decidir como reagir a pandemia. Hoje, o cidadão sofre uma medida restritiva do governador do estado, e uma medida mais restritiva ainda do seu prefeito. O estranho é que os poderes municipais só têm autonomia para restringir o cidadão, não para liberar.
Em suma, o estado emite decretos criando medidas restritivas ao comércio, circulação de pessoas, e o município só pode emitir decretos aumentando essas restrições, nunca amenizando-as. Ou seja, o prefeito só tem uma visão melhor da situação se ela for pior do que o governo imagina, nunca melhor. Numa clara cultura, que no Brasil, o estado (em todos os seus níveis) só existe para restringir/regular a vida do cidadão.
No continente africano, por sua vez, temos outra variedade de países e de respostas a pandemias por parte do governo. Uganda e Ruanda parecem ter tido bons resultados. A África do Sul parece estar em um momento de descontrole, por motivos já comentados neste artigo. As notícias são muito escassas, e como sendo de poucas fontes, a mídia decide qual a realidade mais conveniente a ser mostrada hoje.
Quando a pandemia (através da vacina) for realmente controlada nos países ricos. A África continuará a conviver com ela, mas sem as manchetes ou atenções mundiais, apenas com as mortalidades, que se somaram às outras epidemias que eventualmente ainda atacam o continente.
Na Ásia, além dos casos já citados, tem um outro caso muito especial pela sua relevância em termos de população: a Índia, fez uma das mais duras quarentenas. Dizem os críticos que a quarentena matou mais do que as vítimas do coronavírus.
A Índia possui uma grande quantidade de pessoas em um nível de sub-emprego e subsistência muito baixo, extremamente dependente de trabalhos informais. Quando a quarentena foi decretada, dezenas de milhares de pessoas ficaram do dia para a noite sem meio de se sustentar. Mesmo com a quarentena, a epidemia se alastra pelo país que, pelas estimativas, deve superar tanto os EUA, como o Brasil, em número de vítimas absolutas.
As informações são poucas. Existindo um grande potencial para ser a maior tragédia em números de mortos tanto pelo doença, como pela medidas de contenção da doença. Um exemplo de como medidas com impacto econômico, por parte do estado, podem destruir a vida de milhares de pessoas, as mais pobres e vulneráveis. Praticamente sem voz.
Será difícil saber o número certo de vítimas dessa política, e dessa pandemia. A Índia é uma democracia, então temos chances de saber um pedaço da verdade. Infelizmente democracia não é necessariamente garantia de verdade e transparência. Precisa-se avaliar como um governo democrático toma uma decisão tão intempestiva, que retira o direito à subsistência de milhares de pessoas, de um dia para outro com praticamente nenhuma contestação.
Isso demonstra não só o enorme poder do estado sobre os indivíduos, como os riscos de uma democracia cometer excessos que, aparentemente, não seriam possíveis ou admissíveis.
No sudoeste Asiático temos também o caso da Tailândia que, numa combinação de cultura mais ações educacionais e de controle de saúde pública, conseguiu conter a pandemia sem quarentena.
Numa avaliação, podemos verificar que os modelos que combinam distanciamento social, medidas de rastreio e isolamento dos infectados, resultam em respostas melhores, com menos prejuízos para a economia e menos perdas em vidas humanas. Mas requerem uma estrutura governamental mais eficiente, não somente na tomada de decisões, como na operacionalização dessas decisões. O país deve manter sempre vigilante e as ações devem continuar até que uma vacina esteja disponível.
O modelo de quarentena é mais efetivo (e necessário) quando a epidemia já se alastrou, e está fora de controle. Cobra um preço alto em vidas e dependendo do número de infectado, pode ser que ainda deixe suscetível a uma nova onda.
Numa visão geral, todos os países sofreram economicamente com a pandemia. Independente da abordagem de combate, os países que optaram pela quarentena tiverem as maiores perdas econômicas. Causadas pelo encolhimento do consumo interno (setor de serviços foi diretamente e fortemente impactado). Mas os países que optaram por outras abordagem sofreram pela queda do comércio internacional, principalmente.
Países que têm uma participação menor no comércio internacional tiveram uma perda menor. As perdas foram grandes, rápidas (principalmente nos países com lockdown), mas a recuperação também será rápida. Terminado o lockdown, o consumo volta. O comércio internacional que deve ter um processo mais lento, por uma questão de deslocamento da epidemia. Terminada na Ásia e Europa, ela continua na América. Terminada nas américas, a economia deve normalmente voltar a níveis pré-pandemia.
Existe uma variável no “pós-pandemia”. O enorme aumento da liquidez no mercado mundial trará quais efeitos?
A União Europeia criou um plano de estímulos de 750 bilhões de euros. Só a Itália receberá 200 bilhões de euros. O Reino Unido, agora sozinho após o BREXIT, terá seu próprio plano de estímulos. Hoje, a grande vantagem do Reino Unido é poder decidir que medidas de estímulos fazer de maneira mais rápida e independente. A União Europeia sempre tem longas discussões para chegar num acordo, o que pode atrasar o processo.
Nos EUA não é diferente. Os estímulos à economia devem chegar aos trilhões de dólares. A questão que fica é como a economia real vai se comportar com esse enorme aumento de liquidez.
No Brasil, o governo já tomou várias medidas anticíclicas para evitar o desemprego e a quebra de empresas. É difícil medir os resultados, apesar dos números do Caged de junho terem surpreendido positivamente o mercado. Além disso, novos estímulos devem ser feitos até o fim do ano.
Um efeito inesperado da quebra do PIB de serviços foi o aumento da poupança interna. Pessoas que saíam para consumir, não saíram e acabaram por poupar dinheiro. Espera-se que, após a pandemia, essas pessoas acabem gastando esse dinheiro em algum tipo de consumo (compra de bens duráveis, reformas em casa, etc).
Uma área que deve sofrer muito é a educação privada. Pequenas escolas, principalmente as que atendem a educação básica. Quem quer pagar mensalidade escolar para os filhos ficarem em casa? As pré-escolas serão as mais afetadas, por que nem existe a opção de educação on-line. Os pais pagam para as escolas cuidarem dos seus filhos. Agora as escolas não estão fazendo isso. Um grande número de pais já cancelaram as matrículas, muitas escolas fecharam. Quando houver o retorno às aulas, a infra-estrutura educacional estatal sofrerá uma sobrecarga. Comentou muito sobre a sobrecarga no setor de saúde, mas ninguém pensou numa sobrecarga no setor de educação.
A crise causou uma volatilidade no dólar. Esse dólar mais alto tem beneficiado muito o setor exportador, principalmente o agronegócio, que ano a ano vem aumentando sua participação no PIB brasileiro. Com a queda dos outros setores, o Agro deve ter uma aumento significativo em relação ao PIB total do Brasil.
Após o 11 de setembro de 2001, disseram que o mundo nunca mais seria o mesmo, assim como o mundo nunca será o mesmo após a pandemia do Coronavirus. A verdade é que o mundo não é o mesmo após cada dia. O que mudará no mundo de significante?
Existem rumores que o mundo passará por um processo de desglobalização, onde muitos processo fabris voltariam a ser internalizados nos países consumidores. Depois que a pandemia acabar, o dinheiro falará alto, e essa vontade passará.
Teremos uma liquidez enorme no mercado, que poderá causar um boom de crescimento pelos próximos 2 anos. Com uma explosão dos riscos fiscais inerentes a essa explosão de liquidez.
No Brasil não será diferente. Grande liquidez, provável crescimento nos próximos dois anos. Com explosão de risco fiscal, mais do que nunca, o Brasil precisará fazer as reformas:
– Administrativas: Para ter uma máquina administrativa enxuta e eficiente, ou menos pesada e ineficiente.
– Tributária: Para ter uma legislação menos complexa, que permita que se pague impostos com menos trabalho e com segurança jurídica.
O Brasil terá grandes desafios, talvez, maiores do que a pandemia.