Em seu segundo ano de vigência, o novo padrão internacional de contabilização de arrendamentos continua a trazer desafios e oportunidades. Sobretudo, para as empresas de perfil mais arrendatário. Ou seja, os impactos do IFRS 16 são muitos.
Com o objetivo de aumentar a transparência, o IFRS 16 introduziu uma definição mais simples e abrangente do conceito de arrendamento. Não existe mais a diferença determinante entre os tipos de arrendamento operacionais e financeiros.
Agora, é obrigatório contabilizar todo direito de uso e controle que uma empresa exerce sobre um ativo. Assim como a referente contraprestação que em função desse direito ela deve ao fornecedor (passivo).
Uma exceção é feita aos contratos que são de curto prazo (de 12 meses ou menos), ou de baixo valor (menor que US$ 5 mil, de acordo com a Ernst & Young).
Para se ter uma ideia do impacto dessa mudança, o IASB (International Accounting Standards Board) estimou que, em 2014, mais de US$ 2 trilhões em arrendamentos estavam fora dos balanços.
Mas, como veremos, os impactos do IFRS 16 vão muito além das finanças e da contabilidade. Eles exigem uma nova postura para as áreas de Tecnologia, Recursos Humanos, Comunicação e Imobiliário.
Impactos do IFRS 16 na Tecnologia da Informação
De acordo com a PwC, no passado, muitas empresas confiaram em planilhas para gerenciar e contabilizar seus arrendamentos. Isso devido ao volume relativamente baixo de contratos contabilizados.
A abrangência e a complexidade do novo padrão, no entanto, aumentaram o volume de contratos a serem contabilizados. Assim como trouxeram novos critérios para a mensuração dos valores envolvidos, exigindo frequentes ajustes e remensurações.
Para atender às exigências, a gestão de contratos precisou dar um tratamento mais dedicado a esses pontos. O uso de planilhas deixou de ser produtivo e passou a ser visto como potencial gerador de erros graves para o cálculo e apresentação dos dados em relatórios financeiros.
Por isso, o diagnóstico da segunda maior entre as big four aponta para a necessidade de as empresas implementarem soluções sustentáveis de software de gestão de contratos que sejam capazes de lidar com os novos requisitos da contabilidade de arrendamento.
Impactos do IFRS 16 nos recursos Humanos
Em relação ao departamento de Recursos Humanos, um grande impacto produzido pelo IFRS 16 para as empresas de perfil arrendatário foi o da remuneração dos colaboradores. De que forma / como?
Normalmente, ela é atrelada ao desempenho financeiro e a introdução do novo padrão causou alterações significativas nesses indicadores. Os indicadores de lucro tendem a cair bruscamente no curto prazo e crescer depois num ritmo menor.
Então, é preciso rever critérios de incentivo para que a remuneração dos colaboradores continue adequada e protegida contra uma flutuação que existe do ponto de vista contábil, mas não do ponto de vista operacional.
Impactos do IFRS 16 na comunicação
Esses impactos em indicadores de desempenho também trazem consequências diretas para a Comunicação corporativa.
Nas empresas arrendatárias, uma série de índices e métricas financeiros foram afetados pelo IFRS 16. Isso pode ter gerado impacto em classificações de crédito, cláusulas e custos de empréstimos.
Nesse sentido, o IFRS 16 é um tópico que precisa ser tratado pela equipe de comunicação interna e externa a fim de orientar os colaboradores, fornecedores e investidores sobre a distorção que a norma produz na contabilidade.
Um exemplo de como usar a Comunicação a seu favor foi dado pelo grupo hoteleiro Radisson. Em 2018, quando anunciou os resultados dos primeiros nove meses do ano, o grupo fez uma simulação para mostrar como esses resultados seriam contabilmente afetados pelo novo padrão internacional.
O impacto negativo sobre o lucro antes dos impostos foi estimado entre € 15 milhões e € 20 milhões, em 2019, com base no portfólio de contratos de arrendamento na data de apresentação.
O trabalho de conscientização é fundamental para explicar a verdadeira situação do negócio e dar a real dimensão da sua evolução no período quando o analista tem diante de si uma foto distorcida pelas lentes do IFRS 16.
Impactos do IFRS 16 no imobiliário
Por fim, mas não menos importante, o impacto sobre a gestão patrimonial e de aluguel de imóveis é evidente na medida em que torna oportuna a revisão do portfólio de arrendamentos de escritórios.
Nesse caso, a exceção aos contratos de curto prazo pode ser fundamental para a tomada de decisões. Afinal, há muito a se considerar se a empresa quiser aproveitar as oportunidades.
Como os contratos de curto prazo não precisam ser contabilizados, o IFRS 16 produz um grande estímulo à flexibilização dos espaços de trabalho como alternativa às concessões de longo prazo.
Por exemplo, será preciso revisar o portfólio para entender quais arrendamentos precisarão ser relatados no balanço ou podem ser considerados isentos. Seja pelo prazo inferior a 12 meses, seja porque o locatário não tem acesso total ao ativo, nos termos do IFRS 16, como indica a KPMG.
Outro ponto é a possibilidade de renegociar os contratos de locação existentes para encurtar o prazo.
E ainda há o fato de que o IFRS 16 praticamente elimina o recurso de transações na modalidade de leaseback, tornando-os pouco atrativos. O que deve exigir novas alternativas de financiamento extrapatrimonial.
Ou seja, os impactos IFRS 16 são bastante amplos e têm potencial para alcançar diversos setores corporativos.
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