Fazer previsões é uma das coisas mais fáceis de fazer, e mais fáceis de errar. No início de 2017, foram feitas diversas previsões da taxa Selic e inflação. Nós, especialistas, também nos embasamos no Boletim Focus e análises do mercado. Erramos barbaramente em todas.
Acertamos a direção. Erramos muito na intensidade. A inflação e a taxa Selic reduziram muito mais do que se imaginou. Do que todos imaginaram. Felizmente, a realidade foi melhor que a Previsão.
Um ano novo começa. Vamos refletir sobre as previsões do time de especialistas da Gesplan sobre os principais indicadores econômicos e financeiros para 2018, fundamentado nas análises do cenário atual.
Selic
2018 será um ano muito diferente de 2017. A Selic deve baixar para 6,75% já em fevereiro de 2018, na primeira reunião do COPOM e, depois disso, dificilmente haverá alterações esse ano. Talvez, outra redução para 6,50% ou uma alta para 7,00%. O que não é significante, se compararmos com 2017, que saiu de uma taxa de 13,75%, chegando a uma taxa 7,00%. Comparado a 2017, devemos esperar uma taxa Selic praticamente estável em 2018.
Títulos da Dívida
A taxa Selic está num patamar em que é difícil uma queda maior, pois o Banco Central (BC) deve manter as taxas com um determinado valor para que os títulos da dívida continuem atrativos. O risco do descontrole da dívida pública continua presente. O mercado está aguardando as eleições presidenciais e a reforma da previdência e, enquanto isso não acontecer, o risco fiscal continuará embutido na Selic.
Compulsórios
Com a taxa Selic estável, o BC deve agir em outro mecanismo. Os compulsórios.
Hoje estima-se que o BC recolha a quantia de 410 bilhões, remunerados em média de 7,3% ao ano. O que é considerado uma quantia muito alta para os padrões internacionais. Espera-se que, em 2018, o BC reduza essa quantia de compulsórios (reduzindo o gasto do tesouro e aumentando a oferta de crédito), contribuindo, assim, para a redução dos juros do mercado, que insistem em se manter em patamares elevados.
Inflação e IPCA
O índice oficial de inflação, o IPCA, foi de 2,98% ao ano em 2017. A inflação foi muito baixa, principalmente pela ótima safra que causou deflação nos alimentos. Mesmo esperando uma redução para 2018, ainda deverá ser uma boa safra, mantendo os preços dos alimentos “controlados”.
Houve, em 2017, um aumento de impostos sobre os combustíveis, e um novo aumento de impostos em ano eleitoral está realmente descartado. Por outro lado, há uma pressão internacional de aumento do preço do petróleo, o que poderá refletir nos preços dos combustíveis no Brasil.
A previsão é que o IPCA fique entre 3,25% a 4%. Ou seja, um aumento em relação a 2017, mas ficará abaixo da meta de 4,5%, o que significa uma inflação sob controle, permitindo que a taxa Selic se mantenha estável.
PIB
O PIB oficial de 2017 deve sair em março/2018, e deve ficar em torno de 1%. Este é um índice bom, em relação as previsões do início de 2017, que eram 0,5%. Para 2018, as previsões estão entre 2,5% e 3% – muito bom em comparação aos anos anteriores, mas não o suficiente para recuperar as perdas dos anos de recessão. É um começo de recuperação.
Conclusão
Todas as estimativas fazem crer num 2018 muito melhor que os anos de recessão. Bom em comparação ao fraco ano de 2017. Verdade. 2018 é um ano diferente. Diferente por si só. Diferente porque a questão não é ele. É o que acontecerá depois dele. Parece ruim misturar política com economia. É ruim, mas inevitável. O resultado das eleições – tanto presidencial, como para o congresso – irá decidir, e é como deve ser, o futuro do país.
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